segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Após resistência e mobilização da ocupação Aeroporto, prefeitura de Piripiri recua no projeto de desocupação da área

Moradores saíram em marcha da ocupação até o centro de Piripiri




Os moradores da ocupação Aeroporto, em Piripiri (PI), acabam de obter uma importante vitória na luta pelo direito à moradia. Hoje pela manhã, após realizarem marcha com mais de cem pessoas pelas ruas da cidade, eles foram recebidos, em audiência realizada na prefeitura, que contou com a presença do prefeito Luiz Menezes/PMDB, e representante da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), órgão ao qual pertence a área ocupada. Os ocupantes conquistaram, na reunião, a garantia de que não haverá mais nenhuma medida de desocupação e que a área será regulamentada, para que os moradores possam reivindicar o acesso ao programa de construção de moradias junto à Caixa Econômica Federal.

“O clima é de festa, mas ao mesmo tempo, de grande vigilância entre os ocupantes, uma vez que, na madrugada do último sábado, a prefeitura mandou trator para fazer a desocupação forçada da área, sem qualquer amparo judicial. Como os moradores estavam mobilizados e se entrincheiraram na área, fracassou a tentativa de despejo das mais de 130 famílias que moram em barracos improvisados na ocupação ”, afirma Tibério César, do movimento Pró-Luta Popular, e da Central Sindical e Popular - CSP Conlutas em Piripiri.

Tibério, que é militante do PSTU, é um dos organizadores da ocupação. Segundo ele, “vamos nos manter firmes e em mobilização, para resistir a qualquer manobra da prefeitura. A batalha de hoje foi vitoriosa, mas temos ainda muita luta pela frente até que a ocupação seja regulamentada e que os moradores tenham acesso ao programa de moradia, assim como sistema de abastecimento de água, tratamento de esgoto, energia e outras questões básicas para se viver”. Ele destacou que o movimento dos ocupantes nesta segunda-feira recebeu também o apoio o Movimento de Luta e Resistência por Moradia (MOREM). A ocupação Aeroporto conta com moradores que estão no local há 20 anos, mas a maioria dos ocupantes chegou lá a partir de 2015, de forma mais organizada.


Outro processo de ocupação urbana acompanhado pela CSP Conlutas no Piauí é o Dandara dos Cocais, na zona norte de Teresina. A ocupação foi articulada e é coordenada pelo MOREM, que é do Movimento Nacional por Moradia. Nesta terça-feira, ocupantes da Dandara dos Cocais, juntamente com estudantes e outros setores organizados da classe trabalhadora participarão de protesto no centro de Teresina, reivindicando não só a regularização da área ocupada e construção de moradias populares, mas também para lutar pela revogação do aumento de 20% na passagem de ônibus de Teresina, feita pelo prefeito Firmino Filho/PSDB. 

“É preciso unificar as lutas por moradia, contra o aumento da passagem e em defesa de direitos. Os governos Temer/PMDB, Wellington/PT, Luiz Meneses e Firmino estão alinhados no ataque aos trabalhadores e por isso é preciso organizar a luta conjunta, e construir a greve geral para derrotar o ajuste fiscal dos governos”, completou Tibério.

TODA SOLIDARIEDADE À OCUPAÇÃO AEROPORTO EM PIRIPIRI - PI

Por Tibério César,  do Movimento Pró-Luta Popular                         

Repressão na madrugada: ação da prefeitura favorece a concentração fundiária e oprime os que necessitam de teto para viver


Ocupantes fizeram barricada para resistir à derrubada das moradias


No país inteiro os grandes empresários e os governos, desde o federal até o municipal, estão alinhados na política de jogar o peso da crise sobre as costas da classe trabalhadora e do povo pobre e negro para garantir os altos lucros dos patrões.

Na madrugada do último sábado, 15/01/2017, às 04:00, os ocupantes da ocupação Aeroporto, em Piripiri, foram surpreendidos com a truculência do Prefeito Municipal Luiz Meneses (PMDB), que ordenou a retirada das famílias da área ocupada e a derrubada das casas.

Sem nenhuma base jurídica e sem ordem judicial, mulheres e crianças foram acordadas com o ronco do motor do trator enviado pela prefeitura para derrubar as casas. Foram obrigados a levantar e resistir durante toda a madruga para evitar a desocupação, colocando os capachos da prefeitura e seu trator para correr de lá.

Mal assumiu o mandato e já o inaugurou adotando a mesma política do seu chefe, o presidente Michel Temer (PMDB). Uma política perversa e tirânica, de total despreocupação com as mães solteiras, desempregados, trabalhadores, crianças, idosos e pais de famílias que não tem onde morar.

Assim como em Piripiri, o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), e o governador do estado, Wellington Dias (PT), seguem aplicando o mesmo pacote de ajuste através dos projetos de lei que cortam direitos, do corte de verbas dos gastos sociais e do aumento das tarifas.
         
        Portanto, nós, do Movimento pró-Luta Popular, e a CSP-CONLUTAS, ao tempo que nos solidarizamos aos ocupantes, repudiamos esse ataque brutal do prefeito de Piripiri e exigimos a imediata regularização dos moradores na área ocupada com a construção de casas populares para todos os ocupantes. É preciso redistribuir as terras e combater os latifundiários e especuladores para garantir o direito à moradia.

          Acreditamos que só uma greve geral será capaz de barrar os ataques dos patrões e dos governos, e de tirar todos corruptos e reacionários do Congresso. Nesse momento, o Brasil precisa de um novo modelo de governar, o socialista, um governo sem patrões, que seja governado pelos próprios trabalhadores através conselhos populares. É preciso tomar as ruas contra as reformas da previdência e trabalhista.

Não vamos deixar que tirem o nosso direito de morar, não vamos recuar um milímetro, VAMOS RESISTIR!



sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

TODOS CONTRA O AUMENTO DAS PASSAGENS E EM DEFESA DE DIREITOS! É PRECISO CONSTRUIR COMITÊS DE LUTA DA JUVENTUDE E CLASSE TRABALHADORA!



Por Luciane Santos, do PSTU/PI

Passadas as eleições, o prefeito eleito, Firmino Filho/PSDB, esquece todas as promessas de campanha “de melhorar a vida do povo mais pobre e trabalhador” e agora mostra ao que realmente veio: governar exclusivamente para os empresários, ricos e poderosos, que financiaram sua campanha, em detrimento da melhoria da vida da classe trabalhadora e estudantes. Basta ver que no final de 2016, Firmino criou a “Taxa do Lixo”, uma forma de retirar dinheiro da população para garantir recursos para as empresas terceirizadas e empreiteiras. E seguindo a mesma linha, em 2017, a primeira medida adotada pelo prefeito tucano no novo mandato foi o aumento abusivo de 20% da passagem de ônibus, passando de R$ 2,75 para R$ 3,30, sendo o quarto maior aumento da tarifa para este ano no país.

O aumento da passagem refletirá diretamente nas condições de vida dos trabalhadores, porém as mulheres serão as mais brutalmente atingidas. Vivemos numa capital onde as mulheres trabalhadores recebem um salário 34% a menos que o salário de um homem para desempenhar a mesma função, como bem lembrou uma recente reportagem do Portal O Dia. São as mulheres sobretudo as moradoras da periferia, dos bairros distantes, que sofrem com a precarização e a carestia do transporte público, pois precisam percorrerem longas distâncias com ruas mal iluminadas para esperarem ônibus que demoram quase uma hora para passar e quando vem são superlotados, aumentando assim o risco de violência sexual.

Para garantir qualidade de vida para os trabalhadores, é preciso assegurar transporte público de qualidade. É inadmissível que na cidade de Teresina não tenhamos linha de metrô interligada com a linha de ônibus que garanta o deslocamento rápido e barato da população. Somos contrários ao aumento da tarifa de transporte público que só fazem engordar as contas dos empresários do SETUT. 
Não podemos aceitar que os serviços públicos sejam utilizados para enriquecimento privado. Transporte é um direito básico da população e precisa ser garantido pelo Estado. É preciso pôr fim a todos os contratos com o Setut. De imediato, defendemos a criação de uma empresa pública de transporte municipal, controlada pelos trabalhadores, garantindo serviço decente, com tarifa reduzida, e passe-livre para estudantes e desempregados, integração pra valer (cada parada de ônibus deve ser ponto de integração). As paradas de ônibus, por sua vez, devem ser locais seguros e confortáveis.

Teresina tem o transporte coletivo que segue o mesmo padrão das demais capitais: passagens caríssimas, frotas reduzidas, extremamente sucateadas, sem climatização, de péssima qualidade e controlado pela máfia dos empresários da SETUT, com o apoio dos vereadores. Nem mesmo os novatos Deolindo – PT e Enzo Samuel – PC do B são confiáveis. Basta lembrar que eles se passaram por “lideranças” da luta contra o aumento em 2012, mas com a finalidade de desmobilizar a juventude, assinando um “acordão” com o então prefeito Elmano Ferrer/PTB, que consolidou o reajuste tarifário da época em R$ 2,10.

Sabendo o quanto os governos PT, PCdoB e PSDB estão unidos, junto com Temer/PMDB, para atacar os trabalhadores com medidas de ajuste fiscal e retirada de direitos (como as emendas constitucionais que congelam investimentos, e as propostas de reformas da Previdência e Trabalhista), não devemos esperar nada destes vereadores “de esquerda” na luta concreta contra o aumento. Enzo Samuel, além de tudo, faz parte da base governista de Firmino Filho e a vontade dele é que entidades como a UNE e UBES cumpram o mesmo papel de traição que ele mesmo cumpriu juntamente com Deolindo no processo de luta contra o aumento em 2012. Enzo Samuel e Deolindo podem até chegar a dizer, pela imprensa, que são “contrários” ao aumento. Mas se eles não colocarem seus mandatos a serviço da mobilização e não estiverem nas portas de escolas e locais de trabalho mobilizando os trabalhadores contra o reajuste, qualquer opinião deles no “facebook” ou na TV não terá real importância para derrotar os planos de Firmino e do Setut.

É preciso, portanto, apostar na luta unificada da juventude e da classe trabalhadora para barrar o aumento da passagem, e também resistir contra os ataques de Temer, Wellington/PT e Firmino – que estão muito bem articulados no processo de privatização do patrimônio público (a “subconcessão” dos serviços da Agespisa para empreiteiras é uma mostra disso).

É hora de construir comitês, desde já, contra o aumento das passagens, contra as reformas que retiram direitos e contra o corte de gastos nas políticas públicas. Todos estes ataques fazem parte de um mesmo pacote defendido pelos governos e patrões, para que a classe trabalhadora e povo pobre sigam pagando pela crise. É necessário construir a Greve Geral. A CSP Conlutas e a ANEL apostam neste caminho, mas é preciso que as demais centrais e organizações estudantis também construam o mesmo processo.

À luta, camaradas!