segunda-feira, 30 de março de 2015

Racismo Institucional


Na tarde ontem, domingo (29), nas proximidades do bairro Monte Castelo, zona norte de Teresina, a força Tática da Polícia Militar do Piauí abordou 3 pessoas em um carro, 2 deles eram negros.

Para a PM, ser negro e estar dentro de um carro na tarde de um domingo, ou mesmo a pé, não é bom sinal. Afinal, somos colocados em seus boletins de ocorrência como a cor padrão.

Por sorte, estas duas pessoas não eram jovens negros, moradores daquele bairro, considerado como periferia na zona sul da capital. Tratava-se de ator André Ramiro, também conhecido como Aspira, dos filmes Tropa de Elite, junto com pessoas da equipe que participarão da peça; A Paixão de Cristo, que se realiza no referido bairro.

Hoje, 52% da classe trabalhadora é negra, e no que diz respeito aos dados, não tem a mesma sorte que os atores tiveram neste fim de semana. No país aonde a cada 25 minutos um jovem negro é assassinado, e somos 67% dos moradores de favelas e da periferia, a realidade das paradas policiais são bem diferentes. Qual seria a atitude dos policiais se fossem apenas jovens negros, moradores deste bairro?

O secretário de Segurança do Estado, Capitão do Rone, Fábio Abreu (PTB), conhecido por declarações em apoio a redução da maioridade penal e aumento do número de presídios, recentemente solicitou 120 homens da Força Nacional, para realizarem procedimentos de busca e apreensão em bairros de Teresina, sendo eles: Santa Maria da Codipi, Monte Orebe, São Joaquim, Vila Irmã Dulce dentre outros.

O governo do PT, tanto a nível federal quanto estadual, quando assumiu a direção do País em 2003, cooptou todo o movimento negro combativo daquele período, os colocando em cargos públicos. Com a criação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), e do Estatuto da (Des)Igualdade Racial o governo federal de Lula e Dilma, mostrou o racismo como uma anomalia da sociedade, e não como a ideologia dominante, prestando assim, um (des)serviço a toda a classe trabalhadora, majoritariamente negra.

O extermínio da juventude negra, segue cada vez mais acentuado na sociedade racista em que vivemos. O PSTU-PI, chama a juventude negra e pobre, filha dos trabalhadores e trabalhadoras, para se organizar e dessa forma combater a exploração e opressão numa perspectiva de Raça e Classe.