quarta-feira, 5 de abril de 2017

FORA TEMER! FORA BOLSONARO! FORA TODOS ELES! RÉU POR INCITAR ESTUPRO, BOLSONARO VEIO AO PIAUÍ "NAMORAR" POLÍTICO CASSADO POR CORRUPÇÃO


Defensor de idéias machistas, racistas e lgbtfóbicas, Jair Bolsonaro (PSC) desembarcou em Teresina na tarde desta quarta-feira. O deputado federal, que atrai adeptos da direita com discursos como “bandido bom é bandido morto”, é réu no Supremo Tribunal Federal por incitar o crime de estupro a uma colega de parlamento. Bolsonaro, eleito deputado federal recebendo financiamento da JBS (Friboi, empresa envolvida na operação “Carne Fraca”), veio ao Piauí para ter como principal agenda política um encontro com Mão Santa (SD), ex-governador cassado por corrupção. "Gosto muito do Mão Santa. Hoje, do que depender de mim, começará sim um namoro como Mão Santa", afirmou Bolsonaro à imprensa local.


Além de ter admiração por políticos cassados por corrupção no processo eleitoral, Bolsonaro também é defensor de torturadores e assassinos da ditadura civil-militar instalada em 1964, cuja cúpula também era beneficiária de esquemas de propinas da Odebrecht e outras grandes empresas. Bolsonaro foi até bem pouco tempo da linha de frente dos apoiadores do odiado Eduardo Cunha (PMDB), condenado recentemente a 15 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. É por isso que para estes bandidos amigos de colarinho branco, Bolsonaro não fala em pena de morte. Na verdade, participa é de banquetes com eles.


Agressões machistas contra uma jornalista


Ontem, Bolsonaro ganhou destaque nos meios de comunicação por fazer mais uma de suas declarações repudiáveis. Em evento no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, ele disse que “não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola", sob o aplauso de dezenas de racistas que o admiram. O discurso de Bolsonaro de colocar na mira as terras indígenas e de quilombolas atende aos interesses das grandes empresas mineradoras e também dos grandes criadores de gado, como a JBS, financiadora de campanha. E ao comparar pessoas negras a bois, cometeu mais um ato racista. Também por isso, ele deveria mesmo era receber cadeia.


Bolsonaro foi recebido por cerca de 100 pessoas no aeroporto de Teresina, capital do país onde mais de 70% da população se identifica como negra, e onde o racismo faz vítimas a cada dia. A chegada do deputado coincide com a decisão do governo Temer de fechar a única unidade da Fundação Nacional do Índio (Funai), um dos estados brasileiros onde os povos indígenas foram quase totalmente exterminados aos longos das políticas implementadas em favor principalmente dos grileiros e latifundiários. Segundo dados do IBGE, apenas três mil piauienses se reivindicam indígenas.


Ainda no aeroporto, uma parte dos seguidores de Bolsonaro xingou e hostilizou uma jornalista que tentava entrevistá-lo. A hostilidade, no entanto, foi um ato repudiável de machismo, numa aglomeração onde 99% das pessoas eram homens. A jornalista, como tantos outros membros da imprensa local que fazem a defesa dos governos estaduais de plantão, foi chamada de “vagabunda” e outras agressões verbais pelos admiradores do machista Bolsonaro, defensor de que “mulher tem que receber menos que homem porque engravida”. Outros, menos informados, chamaram a repórter de “comunista”, o que revela um grau assustador de desinformação política dos que ali estavam para receber o possível candidato a presidente pelo PSC, partido que também está envolvido nos escândalos da “Lava Jato”.


Não concordamos de forma alguma com as escolhas políticas da jornalista e nem defendemos o governo de Wellington Dias/PT, que longe de ser um governo de esquerda, tem como base de apoio o PP (partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2014), PMDB, SD, e é aliado ao prefeito Firmino Filho/PSDB no processo de fechamento e privatização da Agespisa, mas repudiamos severamente os ataques machistas e preconceituosos dirigidos a ela.



Precisamos de uma greve geral


Parte dos que tem alguma simpatia por Jair Bolsonaro são pessoas desavisadas, que não sabem tal deputado já esteve muito perto do governo Lula e que defende os interesses dos grandes empresários. Também não conhece o histórico dele como incitador ao estupro, de discriminação às mulheres, e dos LGBTs.


Com o desgaste dos partidos ditos “grandes” como o PT, PSDB, figuras de direita que se apresentam como “polêmicas” e “discordantes” dos governos petistas e dos tucanos envolvidos em corrupção tentam ganhar espaço, diante da busca de alternativas feita hoje pela grande maioria do povo que não defendeu a permanência de Dilma (que atacou os trabalhadores, governando para os ricos), mas tampouco quer que Temer continue governando. Mas a imagem de Bolsonaro como combatente de “bandidos e corruptos” não sobrevive a uma simples análise dos financiamentos de campanha e das companhias de corruptos que ele tem como aliados no Congresso.


Neste momento, de profundos ataques aos direitos dos trabalhadores, é preciso construir a resistência da classe trabalhadora e do povo pobre. É necessário preparar a greve geral do dia 28 de abril, para derrotar as reformas da Previdência e Trabalhista e as terceirizações. É preciso desde já construir comitês de luta para que a greve geral seja vitoriosa, para barrar tais ataques aos trabalhadores e para derrubar o governo Temer e o Congresso corrupto.


Fora Temer! Fora Bolsonaro! Fora todos eles!


PSTU-PI