quarta-feira, 10 de julho de 2013

Companheiro Patrick, seu grito por justiça social não se calará!

Foto: Portal O Dia
Os milhares de ativistas que estão nas ruas em defesa de direitos sociais, no Piauí, acompanhavam pelo noticiário, desde 26 de junho, a luta de um jovem de apenas 14 anos para sobreviver.

No dia 7 de julho, lamentavelmente, o estudante Paulo Patrick, que foi atropelado durante uma manifestação na Av. João XXIII, em Teresina, faleceu em decorrência principalmente dos graves ferimentos na cabeça. De acordo com relatos de manifestantes, Patrick tentava fugir da repressão policial quando foi violentamente colhido por um taxista. Outros estudantes escaparam por pouco do atropelamento.

Poucos minutos antes de ser atropelado, Patrick havia concedido entrevista a uma emissora de TV. Ele falava, com grande entusiasmo, dos motivos que estão levando milhares de pessoas às ruas, de norte a sul do país: a necessidade de se garantir transporte público de boa qualidade, justiça social, mais investimentos em educação e saúde públicas. Falava também contra a repressão policial que tem sido prática corriqueira das forças da segurança pública (PM) do governo Wilson Martins (PSB) aos movimentos sociais.

A morte de Patrick causou muita revolta e comoção para os ativistas de movimentos sociais, não só do Piauí. Ele é a sétima vítima fatal no país, desde junho, quando começaram as grandes mobilizações sociais que sacodem o Brasil. Tais “fatalidades” são parte da política de vários governos (do PT, PSDB, PSB) em quererem calar à força os movimentos sociais, como acontece nas greves das obras do PAC, do governo federal. Antes de serem “acidentes” (atropelamento, quedas de pontes e viadutos etc), tais mortes se dão em conseqüência, em último caso, à forma como o sistema capitalista e a “democracia burguesa” tratam as manifestações sociais: com muita violência e criminalização. 

A mobilização social e a disposição de querer mudar o país não podem receber a culpa pela morte de Patrick. Mas ao invés de se combater a violência policial e abordar as manifestações de rua como uma necessidade para se conquistar as verdadeiras mudanças, grande parte da mídia local vem fazendo uma campanha de amedrontamento para que pais e mães de jovens tentem convencer os filhos a não se manifestarem, usando o trágico acontecimento envolvendo Patrick. 

Aos pais do jovem Patrick e aos parentes e amigos dele, manifestamos nossa mais sincera solidariedade. Patrick não era filiado a nenhum partido e não participava organicamente de nenhum movimento social, assim como milhões que vão às ruas no Brasil. No entanto, por fazer parte de uma mesma causa e por acreditar que as verdadeiras mudanças virão das ruas, Patrick pode ser chamado de companheiro.

Companheiro Patrick, seu grito por justiça social não se calará. Ele ecoa juntamente com o grito dos que lutam em Teresina, em São Paulo, no Egito, ou na Síria por um mundo melhor.

Companheiro Patrick, presente! 

Teresina, 10 de julho de 2013.

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU