sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Governo Wellington acusado de corrupção na Seduc: Cadeia para os corruptos e corruptores!



Operação da PF na  Seduc. Crédito da foto: Piauí Hoje

Durante muitos anos, antes de chegar ao poder, o PT tinha como eixo a “ética na política”. Hoje, após 14 anos que passou à frente do poder federal e atrelado ao poder estadual do Piauí, nem cita mais esse tema. Depois dos escândalos do mensalão e da Lava-Jato, mesmo seus apoiadores sabem que o PT é igual aos partidos tradicionais de direita quanto à corrupção e em outros quesitos. E nesta semana, mais precisamente no dia 02 de agosto, a forte suspeita de corrupção e de desvio de dinheiro público marcaram presenças, mais uma vez, na história do Partido dos Trabalhadores, no estado do Piauí, sendo alvo de operação policial.

A Polícia Federal ocupou o prédio da Secretaria de Educação do Estado do Piauí (Seduc), que até recentemente era administrada pela deputada federal Rejane Dias, esposa do governador Wellington Dias, ambos do PT, com o fim de desarticular organização criminosa responsável por fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados à prestação de serviços de transporte escolar ao Governo do Estado do Piauí, custeados por recursos federais. Segundo cálculo da PF, o rombo destas fraudes e corrupções, dentro da Seduc-PI, ultrapassa R$ 119  milhões.

Escândalos de corrupção em série

Ao chegar ao poder, federal e estadual, o PT adotou o mesmo clientelismo e relações promíscuas com os grandes partidos e com as empresas e bancos. O governo Wellington não fugiu à regra. É o que mostra os apoios que seu governo tem dos partidos como MDB de Michel Temer e o PP de Ciro Nogueira, figuras e organizações envolvidas em vários processos de corrupções. Os casos da Lava a Jato, envolvendo vários membros deste partido, e esse caso de fraudes e desvios de dinheiro público na Seduc, que envolve o governador e sua esposa, mostram o quanto o PT está adaptado às práticas de corrupção do Estado capitalista.

Corrupção e capitalismo andam de mãos dadas

A resposta para entender por que o governo do  PT está metido com casos de corrupções tanto quanto os governos do MDB e PSDB está na relação do partido com o Estado. O PT fez uma opção política: administrar o Estado capitalista e fazer parte de tudo que está aí. O resultado não poderia ser diferente.

O capitalismo ampliou e sofisticou a máquina burocrática do Estado. A alta burocracia é a representante direta do interesse geral dos patrões que usam todas as armas que dispõem para manter e ampliar seus negócios. Assim a corrupção do governante que administra os negócios do Estado é parte carnal do sistema. É o resultado de um sistema em que o contrato ganho por uma empresa significa o prejuízo de outra. As terceirizações, as tais Parcerias Público Privadas (PPPs), e outros processos de privatização de empresas públicas faz parte desta lógica de corrupção, assim como os “grandes projetos” financiados pelo Estado para infraestrutura do agronegócio, a partir do endividamento público. A política de endividamento do Estado feita principalmente por Wellington resultou no comprometimento do cofre estadual para a dívida pública (quase 4 bilhões de reais), favorecendo os banqueiros e impedindo investimentos nos serviços públicos. E a entrega das estatais (Agespisa, Ceasa) para os lucros dos grandes grupos empresariais, são a cópia do modelo entreguista de Temer, como o caso mais recente da privatização da Cepisa.

Ao longo de sua história, o PT dizia que acabaria com a corrupção. Bastaria votar no partido que o sistema mudaria. Quem mudou, porém, não foi o sistema, mas o PT. Seus dirigentes tomaram a frente dos mais altos cargos do Estado e mudaram de vida. Começaram a ter privilégios, ganhar altos salários e a se relacionar com grandes empresários, ávidos em abocanhar contratos com o Estado. Na prática, os dirigentes do partido estavam adotando o modo de vida típico dos patrões e dos altos funcionários do Estado capitalista. Daí para a corrupção, foi um pulo.

O vale-tudo das eleições

A política eleitoralista do PT também levou o partido à corrupção. A lógica de eleger e reeleger a cada eleição um maior número de parlamentares, prefeitos, governadores etc. fez com que o partido jogasse as regras do jogo.  Nas eleições, são as empresas privadas que financiam a campanha eleitoral dos grandes partidos. Na sequência, empresários, banqueiros e latifundiários cobram a fatura e exigem contratos com a administração pública em troca de novos financiamentos de campanha. É desse jeito que os direitos dos trabalhadores são negociados e leis em favor dos ricos são aprovadas. Essas são as regras do jogo da democracia burguesa, na verdade uma democracia para os ricos e corruptos e uma ditadura para os trabalhadores.

Um novo projeto é preciso

O descrédito nos políticos é imenso. As operações da Lava a Jato e a recente “Operação Topique”, na Seduc, desnudaram, inclusive, um lado que muitas vezes ficava escondido nos escândalos: o corruptor. Nas denúncias que têm vindo à tona no caso da Lava a Jato e, agora, da “Topique”, o papel dos grandes donos de empresas é escancarado. São empresários subornando políticos e funcionários do governo para obter licitações fraudulentas, desvio de dinheiro público e outras maracutaias. As denúncias trazidas à tona pela polícia federal na Seduc e que marcam o governo Wellington Dias (PT) mostram o verdadeiro balcão de negócios em que o Estado é transformado para favorecer grandes empresários, banqueiros e políticos corruptos.

Não existe nenhuma possibilidade de "transformar" o sistema capitalista e acabar com a corrupção, pois esse sistema se caracteriza pela exploração e opressão da maioria para garantir os lucros e privilégios de uma minoria de poderosos. Isso só vai ocorrer quando a classe operária se levantar contra os exploradores e tomar o poder e construir seu próprio Estado. Com suas formas de governo, conselhos operários, onde as decisões sejam tomadas democraticamente pelos trabalhadores.

Somente a mobilização e a rebelião da classe trabalhadora, os principais interessados no fim da corrupção, podem dar um basta nessa roubalheira e avançar em outras medidas que superem esse sistema capitalista corrupto.

O programa que defendemos para acabar com a corrupção

O PSTU defende a prisão de corruptos e corruptores, confisco de seus bens e afirma que a corrupção e o capitalismo "andam de mãos dadas". Os políticos devem receber um salário médio de um trabalhador comum e seus mandatos devem ser revogáveis, ou seja, que a população possa tirar a qualquer momento os que ocupam os cargos públicos. Quem não cumpre suas promessas e se envolve em escândalos de corrupção deve ser afastado. Quanto aos corruptos e corruptores, é preciso exigir prisão e confisco dos seus bens.