segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Segundo semestre tem categorias de peso em campanha salarial

Bancários já definiram indicativo de greve nacional para 18 de setembro


DA REDAÇÃO*
 


 
 
  Bancários do Banpará estão parados desde o dia 4

• Após a forte greve dos servidores públicos federais, importantes categorias do setor público e privado começam a se mover e prometem um segundo semestre bastante agitado. Bancários, petroleiros, metalúrgicos, operários da construção civil e os trabalhadores dos Correios estão começando agora suas campanhas salariais e já mostram grande disposição de luta.

Greve dia 18
Bancários de todo o país já definiram indicativo de greve para o próximo dia 18, após a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ter se mantido intransigente na reunião de negociação que ocorreu no dia 3 de setembro. Esse dia foi marcado por mobilizações da categoria. Em São Paulo, os funcionários do Banco do Brasil e o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), filiado à CSP-Conlutas, participaram de um protesto que parou por uma hora o Complexo São João, maior prédio do banco na cidade, com 1800 bancários.

Os bancários do Banco do Brasil reivindicam reposição das perdas salariais; carga horária de seis horas para todos, sem redução de salário; isonomia entre os concursados pré e pós ano de 1998, entre outras reivindicações.

Segundo o membro do MNOB, Bento José, a direção do Sindicato de dos Bancários de São Paulo e a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) não defendem como prioridade as reais necessidades dos bancários. “Eles não tomam como prioridade tratar de pontos estruturais e igualmente importantes para nós, como seis horas para todos, sem redução de salários, e a questão da isonomia entre novos e antigos funcionários, pois essa é uma reivindicação principalmente dos bancos públicos e leva a mobilização. Para eles, não é interessante enfrentar o governo”, justifica Bento.

A prioridade do MNOB na campanha salarial é a luta pela jornada de seis horas sem redução nos salários, isonomia para todos (mesmo direitos para antigos, novos e bancários de bancos incorporados, reposição das perdas salariais e ratificação da convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão imotivada). Já houve quatro rodadas de negociação, mas a proposta de apenas 6%, apresentada pela Fenaban, foi recusada.

Já os bancários do Banpará, banco do Estado do Pará, estão em greve desde o dia 4. O banco conta com 1,3 mil funcionários e a paralisação atinge a capital Belém e as agências do interior.

Petroleiros
Os petroleiros também estão batendo de frente com a intransigência da empresa. Na categoria, as negociações ocorrem via FUP (Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT) e FNP (Federação Nacional dos Petroleiros, que conta com a participação da CSP-Conlutas). Enquanto a FUP aceita as condições impostas pela Petrobras, de não negociar as cláusulas sociais, mas apenas as econômicas no acordo coletivo de trabalho, a FNP não aceita qualquer limitação pré-estabelecida pela estatal.

Após muita pressão, a Petrobrás finalmente aceitou realizar uma reunião com a FNP no último dia 5, no Rio de Janeiro. Porém, o encontro terminou em impasse. Além de colocar a limitação das cláusulas sociais, a empresa não avançou na reivindicação dos petroleiros.

Baseados na pauta histórica aprovada pela categoria, os dirigentes reivindicam o ICV-DIEESE (Índice de Custo de Vida) e 10% de ganho real, o que totaliza 16% – incorporada ao salário básico da categoria. Outro ponto importante da reunião foi a cobrança dos dirigentes da FNP para que a proposta da companhia seja entregue para as duas federações no mesmo dia, sem privilégios. A reivindicação não é à toa. Na última campanha de PLR, um episódio lamentável indignou não apenas os dirigentes, mas uma parcela significativa dos trabalhadores representados pela FNP. Na época, a empresa entregou a proposta antecipadamente à FUP, que divulgou para toda a categoria, enquanto a companhia não havia sequer se reunido com a FNP. Agindo dessa forma, o RH assume publicamente o seu atrelamento com a FUP. A FNP exigiu que esse episódio não se repita.

Nova rodada de negociação acontece nos dias 13 e 14 de setembro. Durante os dois dias, a FNP vai apresentar a pauta de reivindicações e os eixos da campanha, baseado nas reivindicações dos petroleiros.

CSP-Conlutas defende unificação
Na reunião ampliada da Secretaria Executiva Nacional, realizada no dia 5 de setembro, a CSP-Conlutas aprovou empreender esforços pela unificação das campanhas salariais em curso no país. Nisto está a busca por um calendário comum de atos conjuntos das categorias em luta, com o indicativo dos dias 18 e 19 de setembro.

*Com informações da CSP-Conlutas

Fonte: pstu.org.br

PSTU é o partido que tem mais candidatas mulheres


Somos metalúrgicas, professoras, costureiras, funcionárias públicas, metroviárias, comerciárias, estudantes, trabalhadoras que lutam para transformar o mundo
Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU
O PSTU acredita na força das mulheres trabalhadoras, por isso, temos muitas candidatas mulheres. Em reportagem veiculada no dia 27 de agosto, pelo Diário da Indústria e do Comércio, foi divulgado que nessas eleições municipais de 2012, o PSTU é o partido com o maior percentual de candidatas mulheres, 42%, dentre todas as candidaturas do partido.
Metalúrgicas, professoras, costureiras, funcionárias públicas, metroviárias, comerciárias, estudantes. Mulheres trabalhadoras, guerreiras, lutadoras que estão colocando todas as suas forças a serviço da divulgação do programa do partido nessas eleições. Elas estão, nos poucos segundos de programas eleitorais, denunciando a violência contra a mulher, nas portas de fábrica defendendo o emprego, colocando suas campanhas a serviço das greves que enfrentam o governo Dilma, a serviço das campanhas salariais do 2º semestre, denunciando a corrupção e apresentando o socialismo como uma alternativa de sociedade.
Estamos muito orgulhosos de sermos o partido com mais candidatas mulheres, porque nos esforçamos sinceramente para fazer com que as mulheres da classe trabalhadora se desenvolvam politicamente e se consolidem como grandes dirigentes políticas da nossa classe. O PSTU se preocupa com a formação política dessas mulheres porque a vida das trabalhadoras sob o capitalismo, a dupla jornada de trabalho, os baixos salários, a responsabilidade com os filhos, a violência dentro e fora de casa criam obstáculos reais para que as mulheres se desenvolvam politicamente. O PSTU quer transformar a força das mulheres que enfrentam essa realidade em força para transformar o mundo.
A história do capitalismo nos tirou da vida política
O desenvolvimento da divisão social do trabalho e da propriedade privada localizou as mulheres no espaço doméstico, dentro de casa, com responsabilidade sobre as tarefas desse ambiente, cuidando do lar e da família. O papel social de todo o trabalho desenvolvido nesse âmbito foi totalmente desconsiderado e desvalorizado. O arranjo social que privou as mulheres da vida pública e da produção social passou a ser explicado como condição natural da mulher, ou seja, que seu corpo, sua mente e seu coração foram feitos para cuidar dos filhos, da família e da casa.

Se às mulheres ficaram essas tarefas, aos homens ficou a tarefa da produção social, do convívio social e, portanto, a ocupação das tarefas políticas, públicas, das pesquisas, dos estudos, tudo o que era reconhecido como desenvolvimento da sociedade ficou sob responsabilidade dos homens. As mulheres que se localizaram em tarefas como essas o fizeram enfrentando muito preconceito e muitas delas foram apagadas pela história.
Somos oprimidas e exploradas pelo capitalismo
O machismo é uma ideologia que naturaliza a ideia de que as mulheres são frágeis, fracas, inferiores. Essa ideia é utilizada para superexplorar as mulheres. A forma de superexploração foi se alterando de acordo com suas necessidades de acumulação. Em determinados momentos, ela se manifestava majoritariamente sobre o trabalho doméstico não pago. Hoje, a presença de 46% de mulheres no mercado de trabalho brasileiro demonstra que a superexploração das mulheres também se manifesta no trabalho fora de casa, nas fábricas, escolas, no comércio, no setor de serviços em geral.

A presença das mulheres no mercado de trabalho é consequência de lutas históricas, que questionaram todas as regras impostas às mulheres. Entretanto, o capitalismo transformou essa conquista em superexploração. Mas, ainda que sob essas condições de superexploração, nossa localização na vida produtiva nos dá condições de insurgimos contra esse sistema. Somos hoje parte determinante da força da classe trabalhadora.
Somos fortes para lutar pelo socialismo
Essa situação concreta das mulheres faz com que muitas trabalhadoras sejam parte ativa das lutas da classe trabalhadora no Brasil e no mundo. A luta dos trabalhadores europeus, enfrentando as consequências da crise econômica no continente, conta com uma presença muito expressiva das mulheres. Isso ocorre porque como parte do setor mais superexplorado da classe, as mulheres trabalhadoras são as que mais sofrem com os planos de austeridade fiscal, que retiram direitos, como licença maternidade, educação e saúde pública de qualidade, etc.

Aqui no Brasil, a recente greve do funcionalismo, categoria em que as mulheres são maioria, colocou milhares de mulheres nas mobilizações, nas assembleias, nas reuniões de negociação com o governo. Dentre essas mulheres, está nossa companheira Ana Luiza, grevista do judiciário e candidata a prefeita de São Paulo pelo PSTU. As lutas da Educação que se desenvolveram no ano passado também tiveram muitas lutadoras a frente, como a companheira Amanda Gurgel, que na época da greve teve um vídeo assistido por 2 milhões de pessoas e hoje é candidata a vereadora pelo partido em Natal e provavelmente estará entre os mais votados.
As campanhas salariais das categorias operárias também contaram com a presença de mulheres guerreiras, como Santana Costa, dirigente do Sindicato da Confecção Feminina de Fortaleza e candidata a vereadora na cidade, categoria esta que também trouxe para luta nossa companheira Vera Lúcia, candidata a prefeita de Aracaju, em terceiro lugar nas pesquisas.
Outras categorias de importância entrarão em luta no 2º semestre e terão em algumas candidatas um espaço forte de divulgação, como fará Laura Leal, petroleira e candidata a vereadora de Campinas ou Raquel, carteira, candidata a vice-prefeita de São José dos Campos.
Silvia, Marisa, Veras, Letícia, Vanessa, Joaninha, Mari, Mariah, Lourdes, Mayara, Victória, Marília, Lígia, Rosângela, Carine, Elianas, Cláudia, Claudicéia, Tamires, Roberta, Josi, Lívia, Rielda, Mônica, Renata, Fátima, Nise, Dayse, Kelly, todas guerreiras lutadoras que expressam a importância das mulheres para a luta pelo socialismo e que neste momento dão o orgulho de compor a maior bancada de candidatas mulheres de um partido político. Com essa força, estamos demonstrando aos trabalhadores que as mulheres fortalecem a luta, que não são seres inferiores, que podem e devem participar da vida política, nas lutas e nas eleições.
Fonte: pstu.org.br