terça-feira, 3 de agosto de 2010

Campanha Eu quero Zé Maria no debate da band

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Acesse Piauí e Rádio Pioneira entrevistam Gervásio Santos, candidato ao Senado pelo PSTU-PI. Vejam a entrevista do socialista pelo radialista Joel Silva
e Herlon Morais do portal acessepiaui.


ELEIÇÕES 2010 - O Acessepiaui e a Rádio Pioneira dão início nesta terça-feira a uma série de entrevistas com os candidatos a senador do Piauí. A entrevista vai durar uma hora e será realizada durante o programa Painel da Cidade, com apresentação do radialista Joel Silva. Haverá a participação de um repórter do Acessepiauí. O primeiro a ser entrevistado é Gervásio Santos, do PSTU.





09h10| Indeferimento
A eleição está judicializada. Uma prestação de contas de 2006 tirou meu registro. Aqui estão colocando a mão em cima das candidaturas pequenas. Estamos recorrendo ao TSE em relação a isso.

09h13| Propostas
"Estamos fazendo uma bela discussão sobre os cerrados piauienses. Está sendo tomado pelo agronegócio. Temos noticia que em Floriano a Brasil Ecodiese chegou prometendo 20 mil empregos, com sua falência deixou uma dívida trabalhista. Nossa candidato a presidente defende o não pagamento da dívida externa. Defendemos uma auditoria para saber se ainda devemos essa dívida"

09h18| Educação
O candidato diz que seu candidato a governador defende a destinação de 10 a 15% do orçamento para a educação. Criticou a expansão da UESPI pelo então governador Mão Santa. Chamou de irresponsável a atitude do ex-governador. Criticou a implantação do PCCS pelo ex-governador Wellington. "Esse setor só aparece como prioridade em época de eleição". O candidato afirma que Wilson Martins disse em entrevista que a educação é uma página virada e que seu governo vai priorizar a saúde.

09h25| Modelo de governo
"Os amigos de Lula são seus adversários lá atrás. Isso através da barganha. Ele poderia usar isso para aprovar seus projetos sociais. O Wellington fez igual aqui. Priorizou o pagamento da dívida. Queremos inverter essa situação, o rico ganhar menos e o pobre ganhar mais".

09h44| Forças Armadas
"Demitiram 20% do efetivo das Forças Armadas. Temos armas obsoletas. O que foi que as Forças Armadas foram fazer no Haiti? Eles estão é reagindo à população de lá. Enquanto deveriamos está mandando medicamentos, nós mandamos foi um bando de capacete azul para meter porrada. Se é prioridade as Forças Armadas fortalecida, precisamos tirar dinheiro dos ricos. Precisamos tirar mais dos que tem. Socialismo é dá distribuição igual. Os capitalistas são socialistas, mas só em época de crise. O Lula tem uma certa razão quando fala em economia em crescimento, mas se a economia cresceu, como deveria está o salário? Crescendo também.

09h50|Fim do Sistema bicameral
"A função do Senado é emperrar o que a Câmera aprovou. Só vamos ter é mais despesas. Queremos acabar com isso. O Congresso já tem a função de aprovar as leis e debater. A igualdade em termos de recursos não real no Senado. É igual apenas a quantidade de parlamentares"

09h55|Amigos de Lula
"Quem está pressionando o Lula a fazer a Transnordestina é o Sarney". O Paulo Maluf está sugando as opalas do Piauí. Se o Lula não trouxe riquezas, a culpa é dos seus apadrinhados"

09h57|Considerações finais
"Minhas considerações é que o PSTU é solidário aos servidores federais. Eles vão estar amanhã em frente ao TRE fazendo uma manifestação. Obrigado".

Veja a entrevista de Daniel Solon, candidato a deputado federal pelo PSTU-PI, ao portalaz.com.br
Por: Anselmo Moura

Fechar o Senado e exclusão dos políticos acusados de corrupção da vida pública. Essas são as principais propostas de campanha do professor universitário, Daniel Solon, candidato a deputado federal, pelo PSTU. Ex-repórter dos jornais O Dia, Meio Norte e Diário do Povo, o jornalista trocou as redações pela sala de aula ao se dedicar exclusivamente a carreira de professor do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí. Daniel Solon é uma das lideranças do PSTU no Estado do Piauí. "O Congresso Nacional é um balcão de negócios. É preciso a criação de mecanismos para que os mandatos sejam revogados em caso de corrupção", enfatiza.

Daniel Solon é professor de Jornalismo da Universidade stadual do Piauí(UESPI), mestre em História do Brasil e servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Foi presidente da Associação dos Docentes da UESPI (ADCESP) – gestão 2007/2009, e Diretor de Imprensa da entidade (gestão 2005/2007). É diretor regional eleito do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (ANDES SN - gestão 2010/2012) e Conselheiro Universitário (representante docente) na UESPI. Foi dirigente e fundador da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) no Piauí. Participou da construção da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), criada em junho, em Santos-SP.

Veja a entrevista:


Porque o senhor está pleiteando uma vaga na Câmara Federal?
Política na minha vida sempre foi uma questão prática. Quando eu estudava em Sobral no Ceará já tinha uma inclinação para participar de grêmios, de organização estudantil, nós tínhamos jornalzinhos, participava de movimentos na escola, e inclusive do movimento Collor, eu apoiava o Lula mesmo na época em que nem votava e desde sempre eu sempre tive essa inclinação na vida política. Na época de universidade eu lembro que participei do movimento bandejão que iria aumentar para R$ 1,00 e lutamos contra o aumento e até hoje permanece o valor de R$ 0,80 centavos. Quando sai da universidade como jornalista participei de assessorias sindicais, e minha vida toda de certa forma esteve ligada a questões sociais. Em 1997 eu comecei a ser ligado com o PT, mas sai para ir para o PSTU, um grupo de militantes do PT que decepcionados com governo do PT por um ano decidiu ir para o PSTU.

Como candidato quais os principais problemas que hoje o senhor acha que o Piauí enfrenta?

A gente vê problemas graves como o desemprego, a questão da saúde e a questão da educação. São problemas que a gente vê no dia a dia. E o PSTU como se apresenta nesta campanha eleitoral, ele apresenta propostas bastante claras para a população para que resolva estes problemas. Por exemplo, o desemprego, hoje está tramitando no Congresso Nacional as propostas redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas semanais. Essa redução de jornada já melhoraria um pouco a questão da geração de emprego, mas não seria o suficiente na situação em que hoje a gente vive. Nós defendemos, por exemplo, para que a jornada seja de 36 horas semanais e sem redução do salário. Com essa medida simples da redução de jornada de trabalha que já aconteceu em outros países da Europa. Porque que o Lula ainda não conseguiu aprovar isso durante seus oito anos de mandato? Porque a base do governo ele age para beneficiar os grandes empresários. E os empresários não estão interessados em baixar a jornada de trabalho nem para 40 muito menos para 36 horas.

Outra questão para acabar com o desemprego é a questão da reforma agrária. Se você faz reforma agrária no país e aqui no Piauí, você possibilita que milhares de famílias que estão ai sendo expulsas do campo e que vem inchar a cidade e sofrer com outros problemas graves, como a questão da habitação do saneamento, o acesso a educação, a saúde, daí se você garante reforma agrária e não só terra, mas crédito, apoio e assistência técnica para quem vai trabalhar no campo, você também já geraria muitos trabalhos para o povo do campo.

E outra questão que defendemos para combater o desemprego tem haver com os setores de obras públicas direcionado principalmente para a educação e a saúde. Se você constrói hospitais, escolas em todo o Estado e em todo o país, claro que isso vai gerar trabalho, emprego e benefícios, claro, não só para quem está trabalhando, mas para quem vai receber frequentar a escola os hospitais, as estradas, as habitações. Hoje nós temos um déficit habitacional enorme aqui no Piauí, são cerca de 150 mil famílias que sofrem com essa questão habitacional.

Se você me perguntar Daniel com que dinheiro nós vamos fazer estas reformas públicas? Ai é um ponto que é interessante bater, por exemplo, os dados de 2009 o governo Lula pagou R$ 380 bilhões de juros internos e externos. É uma dívida altamente questionável, a gente acha que nem existe mais essa dívida, já foi paga há muito tempo. Inclusive a própria igreja católica há anos juntamente com os movimentos sociais, e nós do PSTU, participamos daquele plebiscito sobre a dívida e a ampla maioria da população queria que fosse parado o pagamento da dívida. Então parando de pagar a dívida estes recursos poderiam ser aplicados justamente nos setores que eu falei; geração de emprego, saúde e educação.

O que o governo Lula aplicou em juros e encargos da dívida, representa cinco vezes o que ele investiu no ano passado em saúde e educação. O Lula disse que rompeu com o FMI, ele lançou essa idéia, e muita gente embarcou nessa ideia, mas na verdade o que aconteceu (...), a divida externa ela foi nacionalizada e se tornou uma dívida interna, só que essa divida interna que acaba com essa dívida externa acaba porque a dívida vai parar no capital financeiro nacional, que não é propriamente dito, porque ele também é ligado ao capital internacional. Então na verdade até piorou a relação da dívida, porque as partes altíssimas de juros que a gente vive no país, a gente paga juros altíssimos para os credores, banqueiros nacionais. Enquanto as grandes empresas conseguem empréstimos do BNDES a oito e meio por cento por ano, o trabalhador se cair no cheque especial chega a 200% ao ano. Então nós estamos nessa ciranda financeira criada pelo próprio governo, que está levando a gente a uma crise que dentro em breve, pela alta questão do endividamento financeiro. Essa crise ai na Europa e que o governo brasileiro conseguiu disfarçar um pouco, ela ta chegando com toda força no próximo ano e ai nós vamos ver de fato a conseqüência dessa crise que está acontecendo na Europa, na França, na Espanha, na Grécia, que a gente precisa de imediato tomar medidas para que a gente, nós trabalhadores não falimos na crise.


A pouco tempo foi divulgado uma pesquisa do IDEB no Piauí, como professor qual a solução para essa questão da educação no Piauí?

O IDEB mostra justamente o fracasso do modelo da política educacional dos governos. Tanto o Lula como o Wellington disseram que priorizaram a educação. Priorizaram a educação privada. Porque destinaram milhões e milhões para escolas particulares, faculdades particulares, mas as universidades e escolas públicas continuam sendo abandonadas. Um exemplo disso é a Universidade Estadual do Piauí, UESPI. A gente que vive lá, estudantes e professores sabemos das dificuldades que passamos, com a falta de investimento na universidade.

Hoje por exemplo, os bolsistas da universidade estão há quatro meses com as bolsas atrasadas na UESPI. Os novos servidores temporários que foram contratados recentemente estão a dois meses de salários atrasados. Professores que estavam fazendo doutorados em outras instituições, por exemplo, na Universidade Federal de Pernambuco, tiveram as matrículas canceladas por falta de pagamento. Imagine só eu professor me qualificando, passando num doutorado e no meio da pesquisa ele é avisado, que infelizmente ele não pode mais fazer seu doutorado porque o Estado não pagou a contrapartida que é para você fazer o seu doutorado. Então isso é um reflexo imediato da questão do descaso em educação.

Lembrando que esse programa do governo Prouni, não resolve em nada o problema do acesso a universidade, na verdade ele desvia o dinheiro que seria público para a criação das universidades públicas e privilegia os ricos empresários da educação. O número de pessoas querendo entrar na universidade continuam sendo muito altos, por exemplo, no Brasil ele é apenas 13% dos jovens brasileiros tem acesso a universidade. Se a gente conseguisse colocar 10% do PIB para a educação, resolveria toda a questão do problema do acesso a universidade permanente. Hoje um problema grave para o estudante é a permanência. Ele entra na universidade, mas só que ele entra sem dinheiro, não tem dinheiro para Xerox, por que a universidade também não tem biblioteca, ele não tem o dinheiro do transporte, da alimentação, na UESPI, por exemplo, não tem um restaurante universitário.

A gente defende que o universitário tenha não só o acesso, mas como também a sua permanência. Que os alunos tenham bolsas, residência universitária porque isso vai acabar refletindo na própria qualidade do ensino geral.

Hoje se você for no interior do Piauí conhecer os campis da UESPI tem lugar que 99% dos professores são substitutos, ou seja, com dois anos ele tem que sair do contrato, não tem nenhum vinculo, não tem como desenvolver uma pesquisa de extensão, sofrem com baixos salários também. Então para resolver essa questão do IDEB tem que ver toda esta questão, o ensino básico, o ensino superior e também na própria questão do financiamento geral da educação.

Como o senhor avalia essa questão dos financiamentos das campanhas eleitorais?

Nós defendemos um regime diferente no caráter de democracia, sabemos que essa democracia que é colocada ai de dois em dois anos não é suficiente, é um jogo antidemocrático que onde quem tem dinheiro é quem é geralmente é eleito. Na própria esfera política temos que fazer mudanças radicais, Uma das questões é esse financiamento, não dá para continuar com esse financiamento garantindo campanha das grandes empresas e empresários, tem que ser um financiamento público das campanhas, e os trabalhadores. A campanha que o PSTU faz hoje de arrecadação financeira, é exatamente de não aceitar nenhuma doação de empresas. Isso nos dar uma independência frente aos poderes econômicos que está ai e dentro dos governos a gente ter essa independência também.

Defendemos nesse regime que está posto ai de imediato, a extinção do Senado. O Congresso Nacional hoje já é por sua própria composição, grande parte é de empresários, lobista, de pastores, então acaba sendo um balcão de negócios. De imediato propomos acabar com o Senado, ter uma Câmara única e que estes mandatos sejam revogados. Por exemplo, se um deputado for eleito, durante sua gestão se ele pisar na bola ele não vai ter que cumprir estes quatro anos de mandatos. Nós temos que criar mecanismo de revogabilidade desses deputados.

O mandato para o PSTU não é o mandato do Daniel Solon é o mandato do PSTU junto com os trabalhadores e se por ventura eu for eleito e não seguir o programa que eu estou propondo e que o PSTU propõe, já tem um mecanismo próprio de controle do partido. No momento em que eu assinei a requisição para ser candidato, eu assinei também um termo junto ao PSTU que o mandato é do partido. E se eu não seguir a defesa da classe trabalhadora eu automaticamente perco meu mandato.