sábado, 5 de abril de 2014

Zé Filho (PMDB): continuidade dos quatro anos de sucateamento dos serviços públicos e beneficiamento do agronegócio do governo Wilson Martins


Wilson Martins (PSB) deixou o cargo de governador na manhã de sexta (04) com a intenção de se candidatar ao Senado, tal qual o fez o antecessor Wellington Dias (PT). O legado de Wilson Martins é trágico e a posse do novo governador Zé Filho (PMDB), que terá mandato “tampão” de nove meses, não é nada animadora para a classe trabalhadora e povo pobre do Piauí. Neste momento, é preciso fazer um balanço do que representou o governo Wilson e uma preparação para o que pode vir a ser o “velho novo” governo de Zé Filho.

Os últimos quatro anos foram de continuísmo da política de governo do petista na “era Wilson”: sucateamento dos serviços públicos, arrocho salarial do funcionalismo, e muito dinheiro para projetos de interesse do agronegócio e dos grandes empresários. Foram anos também de muitas fraudes e irregularidades, a começar pela milionária campanha de compra de votos no processo eleitoral de 2010, que havia sido inclusive denunciada pelo novo aliado Sílvio Mendes (PSDB) junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Os processos, no entanto, estão parados na Justiça. As práticas de nepotismo foram constantes, desde nomeação de parentes para cargos de primeiro escalão, até a compra de vaga vitalícia da esposa no Tribunal de Contas do Estado (TCE) através de negociatas com a Assembleia Legislativa.

Não bastasse continuar pagando os juros e encargos da questionável dívida pública, o governo Wilson contraiu diversos empréstimos junto a organismos financeiros, aumentando o endividamento do Estado para obras de infraestrutura que interessavam exclusivamente às mineradoras, às carvoarias, aos produtores de soja, eucalipto e cana-de-açúcar, em projetos altamente danosos ao meio ambiente. Os grandes empresários foram ainda beneficiados com políticas de isenções fiscais, e os grileiros e latifundiários faturaram alto com a obtenção de terras estaduais que deveriam estar a serviço de pequenos agricultores, através de uma reforma agrária. E o que é pior: milhares de famílias foram expulsas do campo.

O resultado do continuísmo dos governos anteriores é o agravamento dos problemas das cidades, com falta de água, falta de saneamento básico, e com atendimento precário em postos e hospitais, fechamento de escolas públicas, e exportação de mão-de-obra escrava etc. Mas na propaganda oficial, estamos diante de “um novo Piauí”. Na verdade, foi um mandato que reprimiu violentamente os movimentos sociais, aumentou as terceirizações de contratos, e só não privatizou de vez a Agespisa devido à luta organizada de entidades sindicais e populares. A sensação, após quatro anos de governo, é que Wilson Martins já vai muito tarde e não fará falta ao povo piauiense.

O “VELHO NOVO” GOVERNO DO PIAUÍ

O “novo” governo de Zé Filho é uma espécie de “frankstein”: um monstro remendado de restos podres de outros governos. Antes mesmo de assumir, Zé Filho (que é cria de família política da direita tradicional dos “Moraes Sousa”) já se articulou com velhas raposas políticas da direita que estiveram direta ou indiretamente no comando do Palácio de Karnak: Freitas Neto, Felipe Mendes, João Henrique, Hugo Napoleão, Heráclito Fortes etc. O apoio também vem da “esquerda governista” do PCdoB. O próprio PT também buscou aproximação com Zé Filho, tentando se aproveitar do desapontamento do governador que foi impedido pelo PMDB de tentar uma candidatura de reeleição. Ou seja. O velho novo governo Zé Filho conta com amplo apoio das elites empresariais e rurais do Estado, e antigos esquemas políticos. Por isso, a perspectiva é de mais rapinagem da coisa pública, em benefício da base aliada e dos mais ricos, sem qualquer oposição na Assembleia Legislativa.

Diante da chegada do velho novo governo do Piauí, o PSTU alerta aos trabalhadores, à juventude e ao povo pobre que é preciso preparar as lutas e enfrentamentos contra Zé Filho, uma vez que a política econômica do Palácio de Karnak continuará a serviço do enriquecimento dos velhos esquemas, provocando mais desigualdades sociais, devastação ambiental e dilapidação do patrimônio público.

Na copa vai ter luta!
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU

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