Wilson Martins (PSB) deixou o
cargo de governador na manhã de sexta (04) com a intenção de se candidatar ao Senado,
tal qual o fez o antecessor Wellington Dias (PT). O legado de Wilson Martins é
trágico e a posse do novo governador Zé Filho (PMDB), que terá mandato “tampão”
de nove meses, não é nada animadora para a classe trabalhadora e povo pobre do
Piauí. Neste momento, é preciso fazer um balanço do que representou o governo
Wilson e uma preparação para o que pode vir a ser o “velho novo” governo de Zé
Filho.
Os últimos quatro anos foram de
continuísmo da política de governo do petista na “era Wilson”: sucateamento dos
serviços públicos, arrocho salarial do funcionalismo, e muito dinheiro para
projetos de interesse do agronegócio e dos grandes empresários. Foram anos
também de muitas fraudes e irregularidades, a começar pela milionária campanha
de compra de votos no processo eleitoral de 2010, que havia sido inclusive
denunciada pelo novo aliado Sílvio Mendes (PSDB) junto ao Tribunal Regional
Eleitoral (TRE). Os processos, no entanto, estão parados na Justiça. As
práticas de nepotismo foram constantes, desde nomeação de parentes para cargos
de primeiro escalão, até a compra de vaga vitalícia da esposa no Tribunal de
Contas do Estado (TCE) através de negociatas com a Assembleia Legislativa.
Não bastasse continuar pagando os
juros e encargos da questionável dívida pública, o governo Wilson contraiu
diversos empréstimos junto a organismos financeiros, aumentando o endividamento
do Estado para obras de infraestrutura que interessavam exclusivamente às
mineradoras, às carvoarias, aos produtores de soja, eucalipto e cana-de-açúcar,
em projetos altamente danosos ao meio ambiente. Os grandes empresários foram
ainda beneficiados com políticas de isenções fiscais, e os grileiros e
latifundiários faturaram alto com a obtenção de terras estaduais que deveriam
estar a serviço de pequenos agricultores, através de uma reforma agrária. E o
que é pior: milhares de famílias foram expulsas do campo.
O resultado do continuísmo dos
governos anteriores é o agravamento dos problemas das cidades, com falta de
água, falta de saneamento básico, e com atendimento precário em postos e
hospitais, fechamento de escolas públicas, e exportação de mão-de-obra escrava
etc. Mas na propaganda oficial, estamos diante de “um novo Piauí”. Na verdade,
foi um mandato que reprimiu violentamente os movimentos sociais, aumentou as
terceirizações de contratos, e só não privatizou de vez a Agespisa devido à
luta organizada de entidades sindicais e populares. A sensação, após quatro
anos de governo, é que Wilson Martins já vai muito tarde e não fará falta ao
povo piauiense.
O “VELHO NOVO” GOVERNO DO PIAUÍ
O “novo” governo de Zé Filho é
uma espécie de “frankstein”: um monstro remendado de restos podres de outros governos.
Antes mesmo de assumir, Zé Filho (que é cria de família política da direita
tradicional dos “Moraes Sousa”) já se articulou com velhas raposas políticas da
direita que estiveram direta ou indiretamente no comando do Palácio de Karnak:
Freitas Neto, Felipe Mendes, João Henrique, Hugo Napoleão, Heráclito Fortes
etc. O apoio também vem da “esquerda governista” do PCdoB. O próprio PT também
buscou aproximação com Zé Filho, tentando se aproveitar do desapontamento do
governador que foi impedido pelo PMDB de tentar uma candidatura de reeleição.
Ou seja. O velho novo governo Zé Filho conta com amplo apoio das elites
empresariais e rurais do Estado, e antigos esquemas políticos. Por isso, a
perspectiva é de mais rapinagem da coisa pública, em benefício da base aliada e
dos mais ricos, sem qualquer oposição na Assembleia Legislativa.
Diante da chegada do velho novo
governo do Piauí, o PSTU alerta aos trabalhadores, à juventude e ao povo pobre
que é preciso preparar as lutas e enfrentamentos contra Zé Filho, uma vez que a
política econômica do Palácio de Karnak continuará a serviço do enriquecimento
dos velhos esquemas, provocando mais desigualdades sociais, devastação
ambiental e dilapidação do patrimônio público.
Na copa vai ter luta!
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU
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