Hospitais públicos superlotados, escolas municipais caindo
aos pedaços, transporte público cada vez mais precário, e milhares de famílias
ameaçadas de despejo de moradias em vilas e favelas. Essa é a realidade de
Teresina, que se agrava a cada dia, fruto de uma longa política de privatização
da cidade iniciada pelo PSDB há mais de 20 anos.
Neste momento, em que a nova
gestão de Firmino Filho (PSDB) está chegando aos 90 dias (na verdade, uma continuação
dos governos Sílvio Mendes/PSDB e Elmano Férrer/PTB), já houve tempo suficiente
para grande parte da população perceber que o prefeito governa para manter os benefícios
de antigos esquemas econômicos e políticos, às custas de mais sucateamento dos
serviços públicos e arrocho do funcionalismo municipal. E com a velha marca da
truculência tucana em não negociar com os movimentos sociais.
A pressa em governar para os
ricos foi evidenciada pelo primeiro projeto de lei que Firmino enviou à Câmara
Municipal de Teresina. Ao invés de se preocupar em equipar postos de saúde,
reformar creches (CMEIs), melhorar o trânsito e o transporte público, ou a
situação do servidor, a preocupação n° 1 do prefeito foi fazer aprovar a
criação de mais de mil cargos comissionados, para favorecer aliados políticos
com o ‘trem da alegria’. Também criou fundo milionário para a área de limpeza
urbana, para também beneficiar quem financiou a campanha tucana. A aprovação,
na Câmara Municipal, contou com votos até mesmo de vereadores do PT, que se
dizem de “oposição”.
Na verdade, a aprovação deste e
de outros projetos nocivos aos interesses dos servidores municipais e do povo
pobre de Teresina mostra que a Câmara é um verdadeiro balcão de negócios.
Aliás, infelizmente, o principal argumento político para aprovação de leis na
Câmara Municipal ou nos parlamentos estadual e federais é o “quem dá mais”. A
conta da “reforma administrativa” de Firmino foi sentida no bolso dos
servidores municipais, com cortes de horas-extras, gratificações e diminuição
em seus vencimentos.
HUT: faltam médicos, enfermeiros, leitos e estrutura
A greve dos servidores municipais de Teresina
escancarou o nível de precarização dos postos e hospitais públicos de Teresina.
No HUT, por exemplo, falta tudo: de profissionais de saúde à segurança contra
contaminação por irradiações nas salas de Raio X. O interesse de Firmino é que
o caos da saúde pública continue aumentando, para que a prefeitura continue
repassando milhões e milhões por mês do dinheiro do SUS para os hospitais
privados e force também que parcela da população vá para o sacrifício e
contrate planos de saúde privados.
Uma mostra do grau de privatização de Teresina
é justamente o setor da saúde. Segundo o IBGE, 79,5% dos postos e hospitais em
Teresina são particulares, onde o objetivo principal é o lucro, inclusive em
hospitais que se autodenominam ‘filantrópicos’”. Chega de passar dinheiro público para
hospitais privados! Dinheiro público, só para a saúde pública!
Para atender
especuladores e construtoras,
milhares de
famílias são ameaçadas de despejo
Atualmente
Teresina convive com uma demanda de 70 mil famílias carentes de moradia.
Pipocam, a cada dia, ordem de despejos para as vilas e ocupações na periferia
da cidade. Neste ano, somente na vila Elmano Ferrer foram despejados de suas
residências mais de 250 famílias. E qual a política de regularização fundiária
da prefeitura de Teresina, governada pelo PSDB, e do governo estadual,
administrada pelo PSB? Nenhuma.
Cerca de 150 vilas e
favelas estão na mira das ações de despejos, orquestradas pelos grandes
empresários e especuladores imobiliários, dentre elas as ocupações Urbano
Eulálio, Dilma Roussef, Das Torres, Washington Feitosa e Parque Vitória. No
momento, a prefeitura tucana somente jogou para a plateia ao pedir a suspensão
dessas liminares de despejo. Na verdade, o que a prefeitura quer é tão somente
“organizar” a forma como essas famílias irão sair desses lugares, para entregar
os terrenos ao mercado da especulação imobiliária, incluindo,
construtoras e empreiteiras, também financiadoras da campanha eleitoral.
Unidade na
esquerda socialista para barrar ataques de Firmino
Teresina precisa deixar de ser
governada para os ricos. É preciso uma ampla unidade dos movimentos sociais e
da esquerda não governista para lutar por saúde, educação e transporte público
de boa qualidade, direito à moradia e fazer com que os recursos públicos deixem
de beneficiar os empresários que bancaram a campanha do PSDB.
Nós, do PSTU, fazemos um chamado
ao PSOL e PCB a construir um pólo de unidade e resistência aos ataques de
Firmino, em defesa dos serviços públicos, contra a especulação imobiliária e pelo
fortalecimento da luta dos servidores públicos municipais em greve.
Campanha eleitoral milionária de Firmino já está sendo paga pela
população
Os gastos declarados por Firmino
Filho (PSDB) ao TRE em 2012 foram de quase R$ 3,3 milhões, mais que o dobro do
que o previsto no início da campanha. Os grandes financiadores da campanha
milionária do PSDB em Teresina vão desde construtoras/empreiteiras, bancos, metalúrgicas,
indústrias de bebidas, postos de gasolina, escritórios advocatícios, empresas
terceirizadoras de mão-de-obra e de empresas de limpeza urbana (gerenciadoras
do lucrativo “mercado do lixo”).
A tabela abaixo mostra os
principais doadores da campanha milionária de Firmino Filho. Mostra também para
quem Firmino Filho vai governar durante todo seu mandato. Tendo em vista a
alegada “falta de recursos” para atender às reais necessidades do povo pobre e
dos servidores, há alguma dúvida de que Firmino já está governando para pagar
os favores financeiros obtidos durante a campanha eleitoral?
Greve dos servidores
municipais em Teresina se confronta
com a política de arrocho
salarial e desmonte dos serviços públicos
Deflagrada
no dia 18 de fevereiro, a greve dos servidores municipais em Teresina já vem
causando estragos na administração do prefeito Firmino Filho (PSDB). A greve,
que a princípio iniciou-se por algumas escolas e hospitais, atualmente, nos
seus 30 dias, se amplia para todos os órgãos do município, ganhando força e
credibilidade na sociedade.
A categoria reivindica uma pauta que traz, dentre outras reivindicações, reposição da perda salarial de 46%, a aplicação da lei do horário pedagógico na Educação, os pagamentos da insalubridade e produtividade na Saúde, e a convocação dos concursados em todas as áreas da administração municipal. O prefeito Firmino Filho (PSDB), de forma autoritária e unilateral (pois até o momento ainda não sentou com o sindicato da categoria para negociar) mandou para a Câmara de vereadores o índice rebaixado do piso nacional da educação, concedido pelo governo Dilma, de 7,97% para a educação, enquanto deveria ser de 21% segundo a Lei do Piso. Para os outros órgãos da prefeitura, mais arrocho e congelamento salarial: 0% de reajuste.
A
categoria de servidores municipais já conhece a forma dos tucanos governarem:
arrogância administrativa, truculência policial, manipulação da mídia e arrocho
salarial dão os tons dessa administração. Mas a atual administração do PSDB não
vem tendo a mesma popularidade das anteriores (o PSDB governa Teresina desde
1990). Nas eleições municipais em 2012, o PSDB levou somente 50% dos votos do
eleitorado teresinense. Essa votação demonstra que a política administrativa do
PSDB em Teresina já vem se desgastando.
O PSDB
de Firmino Filho vem construindo um discurso na sociedade e na mídia de que
está há pouco tempo na prefeitura (e por isso é cedo uma greve em sua
administração) e de que a greve é político-partidária, levada a cabo pelo PSTU.
É uma hipocrisia sem tamanho. O caos que vivemos hoje na cidade, em todas as
áreas, são fruto de duas décadas de implementação do modelo tucano de governar
(copiado por Elmano Ferrer, em seu mandato tampão dos últimos dois anos).
Na
verdade, a greve estourou porque os servidores não aguentam mais os salários
baixos, a falta de investimentos na saúde e na educação, o stress causado pelo
aumento do ritmo de trabalho (consequência da escassez de servidores) e os
constantes assédios morais, ocasionados pela administração do PSDB em Teresina.
A greve
é justa. E o PSTU presta incondicional apoio aos servidores municipais e
denuncia a intransigência da administração Firmino Filho com a greve, ao não
sentar com o sindicato e não atender a pauta de reivindicações da categoria.
Todo apoio à luta dos servidores! Abertura das negociações, já!
Marcha à Brasília: 24 de Abril
A jornada de lutas em curso,
impulsionada pelo Espaço de Unidade de Ação (que tem à frente organizações como
a CSP-Conlutas e várias entidades sindicais nacionais), tem como objetivo
somar forças dos diversos setores da nossa classe que estão lutando por suas
demandas, construindo assim um polo de resistência no país.
O ponto alto desta jornada será a
manifestação nacional que acontecerá em Brasília, no dia 24 de abril. O
momento é de somar esforços para fortalecer as lutas contras o Acordo Coletivo
Especial (ACE, que busca criar bases legais para flexibilizar os direitos
trabalhistas previstos na CLT) e pela anulação da reforma da previdência de
2003, aprovada com dinheiro do Mensalão. Precisamos mostrar a resistência dos
trabalhadores e da juventude contra a ofensiva dos grandes grupos econômicos e
as políticas econômicas do governo Dilma e dos governos estaduais. Todos à
Brasília dia 24 de abril!
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