Não ao empréstimo do Banco Mundial!
Não ao pagamento da dívida pública!
O governo Wilson Martins (PSB) quer contrair empréstimo junto ao Banco Mundial no montante de 550 milhões de dólares, cerca de 870 milhões de reais. Em caráter de urgência, o governador enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa para efetivar a transação que está sendo propagandeada como a solução para a crise econômica vivida pelo Estado. Os partidos governistas (PSB, PT, PC do B, PMDB, PTB) e de oposição de direita (DEM, PSDB) apóiam a medida que, longe de resolver os problemas mais urgentes do Estado, vai aumentar o endividamento do Piauí, empurrando a conta para a classe trabalhadora e a população pobre.
Na verdade, a maior culpa pela crise econômica no Estado é da política de endividamento adotada historicamente pelos governos que se sucederam (PFL/DEM/PSD, PMDB, PT, PC do B, PSDB), que contraíram enormes dívidas e privilegiaram o pagamento de juros aos banqueiros e especuladores. Os empréstimos nunca resultaram, de fato, em desenvolvimento social e econômico do Estado. Os governantes, no entanto, tiveram crescimento de patrimônio em velocidade impressionante, a exemplo do ex- ministro Palocci, do governo Dilma.
Por conta das dívidas contraídas por este governo e pelos que se sucederam (que chegam a R$ 2,3 bilhões), o Estado do Piauí paga mais de R$ 60 milhões por mês em juros e encargos. Esse é o dinheiro que está fazendo falta para se resolver os graves problemas vividos na Educação Pública (da rede básica à Universidade Estadual do Piauí - UESPI), na Saúde (desde a falta de médicos e leitos, ao crescimento vertiginoso dos casos de dengue), a falta de emprego, de moradia, de assistência aos atingidos por barragens, como é o caso das vítimas de Algodões I. Também por conta do pagamento de juros e encargos da dívida é que existe o descaso com o funcionalismo, que sofre com o arrocho salarial e a inflação.
Um novo empréstimo não resolverá os problemas do Estado. Na verdade, o que se está fazendo é contraindo uma nova dívida para pagar juros e encargos da dívida já existente. É preciso, ao contrário, romper com o Banco Mundial e demais agências de agiotagem internacionais, e deixar de pagar a dívida que sacrifica a vida de milhões de piauienses. Só assim sobrará dinheiro para investir nos setores sociais e no combate à fome e à miséria no Piauí. Se o governo federal já perdoou, na história recente, dívidas de vários países africanos – com indicadores sociais similares aos de vários estados do Nordeste do Brasil – por qual razão o Estado do Piauí deve continuar no sacrifício, para enriquecer banqueiros?
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) faz um chamado a todas as organizações de esquerda e movimentos sociais a repudiar o acordo com o Banco Mundial e a construirmos uma luta conjunta contra o pagamento da dívida pública do Estado do Piauí. Ao mesmo tempo, deve ser feita uma auditoria independente da dívida, para saber onde foram parar os recursos desviados pelos governos, e que corruptos e corruptores tenham bens confiscados e sejam presos.
Teresina, 8 de junho de 2011
Direção Estadual do PSTU
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