quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"Somos todas Denise Laiany!" Chega de violência! Abaixo o machismo!

















Hoje pela manhã, familiares e amigos de Denise Lainy, de 16 anos, que foi assassinada no último dia 22, em praça pública, pelo ex-companheiro, no bairro Parque Piauí, zona sul de Teresina, fizeram passeata pelas ruas do centro da cidade. Os manifestantes cobraram plena aplicação da Lei Maria da Penha e denunciaram que a vítima foi assassinada, mesmo depois de ter registrado boletim de ocorrência contra seu agressor, por conta das ameaças que vinha recebendo.
Uma das faixas exibidas no protesto, assinada pelo "Movimento Mulheres em Luta", da CSP-Conlutas, dizia: "Somos todas Denise Laiany - Contra a violência e o machismo". A passeata saiu da Av. Frei Serafim, a mais movimentada da cidade, passando pelo Palácio de Karnak (sede do governo estadual), Fórum Criminal de Teresina, sendo encerrada em frente à Delegacia da Mulher. Militantes do PSTU, da CSP-Conlutas e outras organizações ajudaram a construir o ato, que foi organizado por familiares de Denise Laiany, a jovem que deixou dois filhos.
Veja o manifesto assinado pelo Movimento CSP-Conlutas:

SOMOS TODAS DENISE LAIANY:

NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!

ABAIXO O MACHISMO!

APLICAÇÃO PLENA DA LEI MARIA DA PENHA!

PUNIÇÃO EXEMPLAR AOS AGRESSORES!

A violência sofrida pelas mulheres ocorre de inúmeras formas. A exploração capitalista faz com que nós sejamos as mais pobres, aquelas que mais trabalham, as profissionais que ganham menos e as que mais adoecem.

No Brasil, a cada quatro segundos, uma mulher é vítima de algum tipo de violência. No dia 22 de julho de 2010, aconteceu mais um crime de violência contra a mulher no Piauí. Denise Laiany foi assassinada pelo ex-companheiro em uma praça pública de Teresina.

A jovem de 16 anos, que era mãe e estudante, foi mais uma vítima do machismo e da violência. Antes de ter sua história pintada nas páginas policiais de todos os jornais da cidade, Denise procurou ajuda e prestou queixa sobre as ameaças que vinha recebendo. Nada foi feito e, lamentavelmente, o Estado do Piauí não garantiu a segurança necessária a esta jovem mulher que teve sua vida brutalmente interrompida.

A morte de Denise não é apenas mais um caso policial, que reforça as estatísticas. É um problema social que envolve a todos e todas, pois sua morte está ligada ao machismo. Estes crimes ocorrem devido à cultura de propriedade do homem sobre a mulher. Neste sentido, ações de autoritarismo, assédio, humilhação, desrespeito e violência tornam-se cada vez mais naturalizadas. A incorporação do machismo como forma de o homem se sobrepor à mulher para obter vantagens, devido suas diferenças, na realidade, tenta esconder a opressão e a degeneração da sociedade capitalista, machista, homofóbica, arcaica, desigual, injusta e insustentável.

Desta forma, além da exigência de punição exemplar ao assassino, deve-se também exigir a plena aplicabilidade da Lei Maria da Penha através da estruturação do serviço de segurança pública que garanta funcionalidade às delegacias especializadas em crimes contra mulher, como centros de referência e mais verbas para implementação destas ações.

O machismo atinge a todas as mulheres, tanto as burguesas como as mulheres da classe trabalhadora com a grande diferença de que as ricas conseguem acionar com êxito os frágeis mecanismos de defesa. Já a possibilidade de reagir e libertar-se diante de uma agressão é diferente para as mulheres trabalhadoras, que sofrem com o desemprego e muitas vezes dependem financeiramente do homem que as agride. Quando mães, não têm creche para deixar os filhos, portanto, não podem trabalhar, dificultando sobremaneira a possibilidade de emancipação das mulheres do jugo machista.

Sabemos que a melhor forma de combater a opressão machista e a exploração capitalista é a construção de uma sociedade socialista. No entanto, desejamos que a morte de Denise nos impulsione, DESDE JÁ, a refletir e transformar as relações entre homens e mulheres, até desnaturalizar a violência. Para isso é necessária a PUNIÇÃO EXEMPLAR a todos os agressores. A violência contra a mulher diz respeito a todos/as nós.

CENTRAL SINDICAL E POPULAR- CONLUTAS




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