Novo
governador, velhas práticas
O recém-empossado
Governador do Estado do Piauí, Zé Filho (PMDB), nomeou esta semana os novos
secretários que devem compor sua equipe de governo. Antes de assumir o governo,
Zé Filho já tratou de se articular com as velhas raposas da direita
conservacionista do estado contando, inclusive, com o apoio do bloco governista
do PCdoB e dando um mostra de como será os noves meses de seu governo. Na opinião
do PSTU, esse será mais um governo destinado à grande burguesia piauiense e,
consequentemente, teremos mais ataques aos direitos da classe trabalhadora e do
povo pobre.
Não bastasse isso, entre
os secretários nomeados estão sua irmã, Jeannette de Moraes Souza para a
Coordenaria de Enfrentamento às Drogas e seu cunhado, Mário Lacerda para a
Secretaria da Fazenda. Esse é mais um caso de nepotismo velado no Piauí, que já
ganhou repercussão nacional.
O governador justificou
as nomeações para a imprensa local, afirmando que estava sendo transparente e
agindo com lisura. “Colocamos nos lugares principais pessoas que a gente
confia”, afirmou. Jeannette, por sua vez, contestou: nepotismo ou não, todo
mundo trabalha e será que a gente vai ser discriminada e não poder mais
trabalhar?
Já Mario Lacerda
justificou a nomeação afirmando que ela se deu em virtude da importância do
cargo. “Estou aqui porque é um cargo de confiança do governador. Se assim não
fosse, não estaria no cargo”, afirma.
A 13ª Súmula Vinculante do
Supremo Tribunal Federal, de 2008, veda a prática do nepotismo nos três
poderes. “A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função
gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”, define
a sumula.
A justificativa
utilizada pelo governador para efetivar a nomeação (“cargo de confiança”), é a
mesma utilizada pelo STF para vedar essa prática. Existe ainda o chamado
“nepotismo cruzado, que também é muito comum. Essa manobra serve para ocultar o
nepotismo e escapar das críticas. Um deputado faz um acordo com outro
parlamentar, emprega um parente do colega que retribui o favor e nomeia alguém
indicado pelo seu par.
Além do trágico legado de endividamento deixado por Wilson Martins (PSB),
o novo governador não representa nenhuma esperança para a classe trabalhadora e
para o povo pobre do Piauí. Ao contrário disso, retoma velhas práticas e
reafirma, logo no início do mantado, que seu governo será destinado para os
empresários e para a grande burguesia.